sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Travessia Mamanguá / Joatinga

Por Diego M. Santos


Dia 25/12/2009 – Início da Trip


Antes de começar o relato uma breve apresentação dos participantes da trip... Moreira é como o Dú me chama e Eduardo Coimbra (Dú) ou Moraes como chamo ele de vez em quando... Nos encontramos aqui pelo centro de Angra, um confere nas mochilas, e tudo certo para partir... Saímos de Angra um pouco atrasados e com destino a Paraty, assim a dupla Moraes e Moreira...rs... começa a trip. Em Paraty pegamos outro ônibus e chegamos em Paraty Mirim por volta das 18:00, mas antes conversando com uns índios guaranis que estavam no mesmo ônibus. Perguntei sobre as trilhas do Mamanguá, mas não obtive muito sucesso, eles me disseram que haviam trilhas, mas não sabiam em que estado e tempo de duração elas tinham. Em Paraty Mirim conversamos com uns caiçaras e logo nomeamos o esquema de informações locais. Usando o sistema de posicionamento local CPS (Caiçara Positioning System), pegamos as informações que precisávamos para começar a caminhada.

No canto direito ao lado da praia se passa por uma base do INEA e um pouco mais a frente topando com uma cerca, pegando a direita e subindo se começa a trilha para o Mamanguá.

Começamos a andar por volta das 20:00, andamos cerca de uma hora, subindo e descendo um morro, já chegamos no Saco do Mamanguá, andando para a direita encontramos uma placa de um bar na beira da costeira, descemos ate ele e perguntamos para alguns caiçaras onde podíamos acampar por ali, mas não obtivemos muito sucesso com as informações sobre as estadias, mas decidimos andar um pouco mais ate achar a Praia Grande do Mamanguá e por lá iríamos procurar o lugar para montar a barraca e dormir... Um pouco depois do bar seguindo em frente achamos uma casa de estuque abandonada no meio da trilha, não pensamos duas vezes e ficamos acampados nela mesmo... Nesse dia andamos cerca de uma hora. Destaque para as aranhas por toda parte da casa, barraca armada e bem fechada para não sermos incomodados por nenhuma daquelas aranhas que tomavam conta da casa... Dormimos uma noite tranqüila.


Dia 26/12/2009 – Frutas e mais frutas


Logo que o dia clareava, já estava de pé observando as cores do nascer do sol e ouvindo o cantar dos pássaros, galos e cigarras. Dizem os antigos que quando as cigarras cantam é sinal de tempo bom. Com o dia clareando já se via o outro lado do Saco do Mamanguá, fiz uns alongamentos e um tempo depois comecei a preparar o café da manhã... Acordei o Dú, meio leso de sono ele levanta e começamos a arrumar as coisas em quanto o angu esfriava. As 08:30 estávamos prontos e começamos a caminhar. Logo chegamos a Praia Grande do Mamanguá, na praia fomos até a casa de um caiçara e usamos mais uma vez o sistema de posicionamento local...rs... o Caiçara Positioning System (CPS). Ali estávamos prestes a descobrir uma nova medida de tempo, o Minuto Caiçara (MC), perguntamos a um pescador como estavam as trilhas e quanto tempo se levava ate chegar a Praia do Curupira, ultima praia desse lado do saco antes do manguezal e se lá tinha quem nos atravessa-se até a Ponta do Bananal.

Conforme as informações dadas pelo CPS, andaríamos cerca de uns 40 minutos até a Praia do Curupira. Pois bem, pé na trilha e vamo se embora, passamos por algumas praias: Praia Grande, Pontal e Curupira, todas com varias casas, algumas de estuque e outras bem luxuosas provocando um enorme contraste. Chegamos as 10:00 na Praia do Curupira e falamos com um caiçara (Santana) que “entraiava” sua rede, ele nos deu um delicioso e bonito mamão, que ficamos de olho assim que chegamos, também nos atravessou de barco até a Praia do Manel do Gás, na Ponta do Bananal. Desembarcamos levando o abraço que ele mandava para seu Altamiro e família.

O que chama atenção nessa parte do caminho é a quantidade e diversidade de frutíferas (mamoeiros, pitangueiras, graviolas, cajueiros, goiabeiras, jabuticabeiras, grumixameiras e etc.), algumas carregadas de frutas, como por exemplo as grumixamas que estavam em toda parte.

Na Praia do Manel do Gás, as 11:00 continuamos a caminhada rumo a Praia do Cruzeiro, praia no qual está localizado o Pico do Mamanguá. Passando por praias e costeiras em meio as casas de caiçaras e casas de “bacanas”, que por sinal são muito hostis com quem passa perto do seu quintal, ao contrário dos simples, simpáticos, receptivos e bem humorados caiçaras, que nos davam todas as informações, água, alegria contagiante e um tanto de prosa.

Até a Praia do Cruzeiro a trilha vai o tempo todo ao lado do mar e com pequenos e suaves declives, alguns trechos com calçadas. Na praia do Cruzeiro chegamos por volta das 11:40, lá armamos o acampamento no camping do Seu Orlando, almoçamos e descansamos um pouco para subir o Pico do Mamanguá. Antes de subir pegamos algumas informações com o Seu. Orlando que gentilmente no explicou o caminho para se chegar lá, dizendo que era uns 40 minutos de caminhada. Pois bem fizemos até o cume 50 minutos de caminhada, até ai o minuto caiçara tava dentro da média... Lá de cima se tem uma vista muito linda, se vê o Saco do Mamanguá inteiro, suas águas esverdeadas e um pedaço da baía de Angra, inclusive as nossas bombas atômicas (usinas nucleares). Um lanche e uns minutos de contemplação e logo estávamos partindo, como para baixo todo santo ajuda, descemos em 30 minutos, as 17:30 já estávamos na praia.

Logo a tarde se vai e o que impressiona são as cores na direção do por do sol. Cai a noite e o que se escuta é o barulho de uns barcos navegando pelo saco e alguns geradores. Observando as estrelas, a lua, esperando cada luz se apagar e os barulhos do geradores iam parando um a um, dando espaço a calmaria do lugar. Nessa noite estrelada e enluarada só consegui me deitar depois que os barulhos dos motores foram trocados pelo som do mar tranqüilo e a cantoria dos grilos e sapos.


Dia 27/12/09 – O vício maldito


Acordamos, tomamos café e arrumamos as coisas, tudo pronto para começar a caminhar novamente, saímos da Praia do Cruzeiro por volta das 8:00 levando outro abraço, mas dessa vez é do Seu Orlando para o Seu Maneco. Conforme o CPS, andaríamos uns 40 minutos até a Praia do Engenho, lugar no qual se pega a trilha para a Praia Grande da Cajaíba.

Minutos caiçaras a parte, andamos cerca de duas horas até a Praia do Engenho, as trilhas continuam praticamente do mesmo jeito que as trilhas anteriores, com algumas calçadas e passando pelo quintal de algumas propriedades, a diferença é que nesse trecho até a Praia do Engenho tem mais propriedades luxuosas do que casas de caiçaras. Na Praia do Engenho, voltamos um pouco até uma cachoeira, onde se pega a direita e começa a subida do morro. Começamos a subida por volta das 10:10, andamos um pouco e logo comecei a passar mal, meio tonto e com vontade de vomitar por uma indigestão provocada pelo excesso de café, o vício maldito...rs... paramos um pouco, botei os males para fora, descansamos um pouco, água e mais água. Retomando as forças voltamos a subir meio que nos arrastando de 200 em 200m, essa subida é bem íngreme, achei o trecho bem exigente, mas acredito que não seja tanto sofrido como foi, pois estava meio sem forças para a subida. Atenção nesse trecho para as dicas do CPS, que diziam para pegar a trilha da direita no meio da subida, vencida a subida, fizemos um lanche, demos uma boa descansada e logo voltamos a caminhar, com as forças retomadas começamos a descer, como p/ baixo todo santo ajuda, só paramos uma vez para descansar e as 13:30 chegamos a bela Praia Grande da Cajaíba, uma das praias que achei mais bonitas em toda a trip.

Na Praia Grande acampamos no camping do Sr. Altamiro e família, eles são os únicos moradores que resistem na Praia Grande, o restante dos caiçaras venderam suas posses a preço de banana para espertalhões, que ficam fazendo pressão para que o Seu Altamiro venda ou deixe suas terras para que se construa um resort na praia. Mas felizmente ele teima em resistir e continua a vida com muita simpatia e alegria, legítimo caiçara ainda conserva costumes da cultura. No seu quintal se tem muitas frutas, ervas medicinais e uma imensa quantidade de plantas que servem para todo o tipo de coisa.

Na tarde que passamos lá começamos a ver o pessoal chegando para passar o feriado, vimos chegar vários barcos lotados de pessoas. Junto com a noite, cai a primeira chuva da trip, mas foi uma daquelas chuvas de verão, uma pancada forte e logo acalmava.


Dia 28/12/09 – Agraciados pela natureza


Nesse dia dormimos um pouco mais para descansarmos do desgaste do dia anterior, acordamos, café e mochilas arrumadas. Achamos que ficaríamos um pouco mais leves por conta da comida que já tínhamos comido, mas nos enganamos, a barraca meio molhada da chuva do dia anterior nos devolveu o peso da comida que tinha ido embora. Resolvemos mudar o cronograma da caminhada devido ao sofrimento do dia anterior, iríamos ficar parados na Praia Grande por um dia, mas resolvemos não ficar, andar um pouco menos e parar pela Ponta Negra, ao invés de ir direto para o Sono, olhando o mapa e analisando o dia anterior, achamos que iríamos penar um pouco no trecho entre Martins Sá e Praia do Sono.

Saímos da Praia Grande por volta das 9:20, mas antes uma prosa com Seu Altamiro, dei o abraço que o Santana havia mandado, tiramos umas fotos e começamos a caminhada. Passamos por algumas praias, antes de chegar na Vila de Calhaus. No caminho fomos agraciados com um presente da terra, um pé de caju lotado de frutas maduras, paramos por ali e ficamos uns minutos nos deliciando com os cajus. Satisfeitos seguimos caminho, chegamos na Praia do Pouso as 11:00, nesse trecho o CPS nos dizia que o tempo de trilha da Praia Grande ao Pouso era de uns 40 minutos, atento para a exposição ao sol nesse pedaço da trilha.

Na Praia do Pouso da Cajaíba, descansamos um pouco, pegamos mais umas informações com o CPS e partimos em direção a Praia de Martins de Sá as 11:30. A trilha segue por traz da comunidade do Pouso, começamos a subir, achei a subida tranqüila, segundo uma informação do CPS levaríamos uns 180 minutos caiçaras (3 horas), até ficamos assustados com essa informação, mas seguimos adiante, subindo sempre pela trilha principal, não tem como se perder, as trilhas estão bem abertas em todos os trechos até aqui, exceto na subida da Praia do Engenho até a Praia Grande da Cajaíba. Vencida a subida, começamos a descer e não demora chegamos a Praia de Martins de Sá, outra praia que achei uma das mais bonitas da trip, juntamente com a Praia Grande da Cajaíba, chegamos em Martins por volta das 13:10. Ficamos no camping do Seu Maneco e família, os únicos moradores da praia.

Em Martins já tinha bastante gente acampado e não parava de chegar barcos com mais gente. Ficamos parados por ali um dia. No fim da tarde cai uma chuva de verão, mas logo para e aparecem as estrelas e uma linda lua, zanzando um pouco pela praia a noite paramos em volta de uma fogueira ao som de um violão.


Dia 29/12/09 – Dia de boulder


Dia de descanso, opa descanso que nada, é dia de boulder, já estava com o gás todo de volta só de esta naquele lugar. Pela manhã fomos para o canto esquerdo da praia, onde tem uns blocos de pedra, ficamos lá praticamente a manhã toda fazendo boulder, depois almoçamos, descansamos um pouco e fomos para o canto direito, passando pela costeira rica em blocos de pedra, logo chegamos no lugar que chamam de encontro das águas. Um lugar lindo com duas cachoeiras e o mar se encontrando, não consigo descrever a beleza do lugar, só estando lá para se ver e sentir a energia revigorante das águas, ficamos por ali um bom tempo, quando estávamos voltando encontramos uns amigos do Rio, que vinham em nossa direção para fazer uns boulders, não precisa nem dizer o que aconteceu...rs... a sapatilha já estava na mochila, ficamos por ali um tempo até a chuva cair.

Voltamos para o camping, fizemos uma janta e saímos para a praia, onde tava rolando um som muito bom, uns malucos tocando um forró com direito a uma escaleta e um trompete, logo a lua e o céu estrelado se mostraram. Recarregados com a energia do som, fomos dormir pensando na caminhada do outro dia.


Dia 30/12/09 – O dia mais temido


De pé bem cedo, animados começamos arrumar as coisas em ritmo lento, meio que não querendo ir embora daquele lugar, mas fazer o que, ainda tínhamos um caminho pela frente e o temido dia da subida mais longa e alta... Tudo pronto, mochila nas costas uma breve prosa com Seu Maneco, demos o abraço que Seu Orlando havia mandado, perguntamos sobre a trilha e logo fomos. A trilha sai de dentro do Camping, passa por umas cachoeiras e começa uma subida bem tranqüila, continua assim um bom pedaço, depois de um tempo, olhando para a esquerda já se vê o mar e a praia de Martins, passamos uma parte descampada e vimos uma casa lá pra baixo, continuamos andando em um ritmo bom até chegarmos em Cairuçú, lá perguntamos a direção para a Ponta Negra, tem algumas bifurcações por aquela região, fique atento para sempre pegar a trilha mais aberta, saindo de Cairuçú, perto de uma casa em construção, se tem o início de duas trilhas, a da esquerda é mais aberta, mas essa leva para a roça, entramos errado e logo encontramos com um caiçara com tanto de cana voltando da roça. Gentilmente ele falou para voltarmos e pegamos a trilha da direita. Retomamos o rumo e começa a tal subida do Cairuçú, subindo incansavelmente seguimos, subindo, subindo, subindo e nunca se chega no alto do morro, a boa é que subida é suave, mas é longa...rs... chega numa hora que começam a aparecer umas pedras de cachoeira e a trilha se segue por elas, não demora muito aparece uma fonte d’água para reabastecermos e terminamos a subida.

Alcançado o alto do morro, paramos para um lanche e um breve descanso, não demora começamos a descer, a descida é bem acentuada, sorte nossa estarmos descendo e não subindo. Chegamos a Ponta Negra por volta das 13:00, mas nem descemos na praia, descansamos, comemos um pouco e resolvemos continuar caminhando até Antiguinhos, passamos por uma costeira e uma cachoeira descendo de encontro ao mar, conforme o CPS ali seria Galetos ou como eles dizem... “para os antigo, ocês intravessam esse morro, passa pelas pedra na galeta, depois do rio ocê vê a trilha, anda mais um cadinho e chega nos antiguinho.”

Saímos de Ponta Negra as 13:15 passamos por Galetos, achamos a trilha e chegamos em Antiguinhos por volta das 14:00. Uma fina chuva caia, paramos por ali mesmo, um banho de mar e ficamos aguardando o final da tarde chegar para armarmos a barraca e dormir nossa ultima noite tranqüila antes de chegar na agitada Praia do Sono. Barraca armada e a noite a chuva cai com mais vontade, num determinado momento acordo e vejo que a barraca está começando a molhar, logo arrumo uma solução, salve os bastões de caminhada, enfiei eles pela lateral da barraca, assim consegui manter a capa esticada e a barraca se manteve seca por dentro, a chuva continua forte a madrugada toda até amanhecer.


Dia 31/12/09 – Vibrações positivas


Acordamos com a chuva forte, esperamos e na primeira acalmada da chuva começamos a desmontar o acampamento, a boa é que a barraca não molho por dentro. A chuva logo volta a ficar forte, já com tudo na mochila começamos a andar na chuva mesmo, dali até a Praia do Sono é rápido, coisa de meia hora, mas alguns obstáculos nos fizeram demorar um pouco mais, demoramos uns 50 minutos, passando pelos córregos bem cheios, subindo a trilha toda cheia de lama, descendo com ajuda dos bastões de caminhada para não escorregar na lama e atravessando o rio cheio com água quase pela cintura até chegar nas areias da Praia do Sono. Atravessado o rio fomos bem recebidos por duas meninas que corriam na praia mesmo com aquela chuva toda, Eita disposição em...

Ficamos no primeiro camping que encontramos, sorte nossa um casal ter acabado de sair por conta das chuvas, conseguimos uma vaga e logo armamos a barraca. A praia do Sono estava muito cheia, praticamente quase todos os campings estavam lotados, a chuva não dava trégua e mesmo assim ainda se via gente chegando na praia. Sai para dar uma volta e procurar um amigo integrante do CEMAR que tinha combinado comigo de passar o feriado no Sono, não demora encontro o dito cujo.

Passa o dia e chuva continua, anoitece e não para de chover, o clima tava meio caótico, já não tinha mais água na praia e as pessoas meio que desesperadas porque iam passar o ano na chuva... Ahhh depois dessa jornada eu o Dú já não estávamos nos importando em que ano era que ano que iria vir, mas acabamos enfrentando mais uma vez a chuva e indo para um bar onde tava rolando um show de reggae, o bar estava bem cheio, mas fomos nos ajeitando até chegar bem perto de onde estava a banda. Ali recebemos um presente de Jah, como os rastas dizem. O show foi muito bom, muitas mensagens positivas ao som do reggae roots, vibrações positivas contagiavam o ambiente e parecia não haver mais nada, somente a vibração do som, delays ecoando e ano vira na psycodelia dos dubs. Depois da virada o show continua e ficamos por ali um tempo.


01/01/10 - Caos


Ano novo vida nova!!! Que nada!!! Acordamos e ainda chovia, parecia diminuir aos poucos mas logo aumentava. Planejamos ficar na Praia do Sono até dia 3 de Janeiro, acabamos desistindo de ficar por causa da chuva e também já não iria fazer diferença, nada importava depois dessa caminhada até o Sono. Mais uma vez arrumamos as coisas e saímos de caminhada, a medida que chegávamos no meio da praia, se via um monte de gente querendo ir embora, muitos desesperados por causa das fortes chuvas que encheram o rio e alagaram alguns campings, outras por conta do mar agitado e ventos fortes. Não nos abalamos com a situação, para nós só representava mais um dia de caminhada. Logo recebemos a notícia que não estaria passando ônibus na vila em que a trilha acaba, parece que tinha caído uma pedra no meio da estrada. Falei com o Dú: “ Ae Moraes, se não tiver ônibus agente anda até a Rio Santos, e ai? Vamo?” Ele olhou para mim e meio que rindo e falando: “Bora Moreira, partiu!!!”

Começamos a andar, fizemos a trilha toda em uma hora e de Laranjeiras até a Rio Santos foi mais umas duas horas. Na Rio Santos nos cumprimentamos e demos por encerrada a trip.


Percepções durante e depois da caminhada


No decorrer da caminhada passei por vários lugares de extrema beleza, lugares esses que espero voltar e encontrar do mesmo jeito ou até mais conservado. Pena isso não ser uma realidade. Aqui peço a atenção das pessoas que gostam de visitar esse tipo de lugar de natureza intocada e pessoas simples dotadas de saberes sobre a terra e mares, pessoas que não precisam das inutilidades da sociedade moderna. Essas pessoas, lugares e culturas tradicionais tendem a acabar a medida que vão sendo visitadas por gente de todos os lugares e tipos, querendo consumir as coisas que costumam comprar na cidade, se for listar aqui as coisas que as pessoas exigem, vou escrever mais uma ou duas páginas, a lista é imensa e vai desde um simples refrigerante enlatado até um quarto de pousada com TV, ar condicionado e chuveiro quente.


Aqui deixo umas dicas para ajudar a preservar culturas, lugares e pessoas:


- Chegando no lugar, procure conversar com os moradores e seja educado, simpático e atencioso, na maioria das vezes eles gostam de contar as histórias que aconteceram no lugar, peça também para eles te mostrarem as belezas do lugar, assim você conhece um pouco mais do dia a dia das pessoas e do lugar.


- Quando for comer, beber ou comprar algo, procure pedir o que é cultivado no lugar, assim você incentiva que continuem plantando, pescando, fazendo artesanato e preservando a cultura do local. Ex.: quando você pede um suco de uma fruta da época e um prato típico da região ao invés de uma coca cola e um bife com batatas fritas, você incentiva a continuidade da cultura.


- Leve todo seu lixo de volta, muitas vezes a coleta de lixo nesses lugares é -bem precária e o lixo acaba ficando de presente para os moradores e futuros visitantes.


- Não reclame ou se queixe de serviços, condições do tempo e estruturas. Apenas esteja no lugar e procure apreciar suas belezas, pode ter certeza que ela esta em todos os lugares, coisas e pessoas, só depende dos olhos do observador.


Termino com alguns agradecimentos:


Agradeço pela existência de tudo e todos

Moraes (Dú) - companheiro de trip.

Seu Orlando – prosas, estadia e informações

Seu Altamiro – simpatia, saber e alegria de viver

Seu Maneco – estadia e informações

Povo Caiçara – simplicidade, receptividade, simpatia e alegria.

Banda União Força Fé – reggae e vibrações positivas

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

506 anos de Angra dos Reis...

No dia 6 de Janeiro de 2010, a cidade de Angra completa 506 anos, e seria uma data de muita comemoração se não fossem os trágicos acontecimentos dos ultimos dias.
Não era esse o 2010 que a população de Angra esperava, um 2010, que até a ultima noticia que tive, tinha feito 52 vitimas fatais, sendo 21 no morro da Carioca (centro de Angra) e 31 na Praia de Bananal (Ilha Grande - A. Reis), também desabrigou mais ou menos umas 120 familias. Porém desejo aqui os mais sinceros votos de solidariedade as famílias das vítimas, em nome de todo o grupo CEMAR.
Espero que daqui por diante cada um de nós que residimos aqui em Angra, possamos nos recuperar deste trauma, e aos poucos, como uma fenix resurgirmos das sinzas.
A baixo uma pequena homenagem aos 506 anos desta cidade maravilhosa que é Angra dos Reis.

HINO DE ANGRA:

Vou cantar tua beleza
Angra dos Reis
Quem te conhece quer te ver
Mais uma vez










Teu cenário de grandeza
Jóia rara de beleza
O teu nome é tradição
Tens dos teus filhos amor e carinho
No coração











O verde do teu mar

Angra dos Reis
A luz do teu luar
Angra dos Reis
O brilho do teu sol
Angra dos Reis









Nós queremos cantar
E se o destino daqui me levar
Hei de voltar










No teu céu estrelas mil
Sempre a brilhar
Pedacinho do Brasil
Glória sem par










No teu solo hospitaleiro
Nossas crenças nossos sonhos
E a fé no teu porvir
Sempre serás dos teus filhos a luz
Que nos conduz









O verde do teu mar
Angra dos Reis
A luz do teu luar
Angra dos Reis
O brilho do teu sol
Angra dos Reis










Nós queremos cantar
E se o destino daqui me levar
Hei de voltar

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FELIZ 2010 A TODOS, E VAMOS SEGUINDO EM FRENTE...UM DIA DE CADA VEZ!!!

forte abs a todos!!


KK

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Buscas por corpos em Angra entram no quarto dia...











As buscas por corpos de vítimas dos deslizamentos em Angra dos Reis entraram no quarto dia na manhã desta segunda-feira (4). Segundo a Defesa Civil, há pelo menos seis corpos desaparecidos.

Entre as vítimas, três moradores estariam nos escombros do Morro da Carioca e uma moradora e duas turistas, na Ilha Grande. O resgate do início da noite elevou para 46 o número de mortes pela chuva, sendo 29 deles na Praia do Bananal e 17 no Morro da Carioca. No total do estado, as chuvas entre quarta-feira (30) e sexta-feira (1º) mataram 68 pessoas.

As buscas, com homens da Defesa Civil, Marinha, Polícia Militar e Instituto Estadual do Ambiente, não têm data para terminar. Segundo a secretaria, mergulhadores, oito cães farejadores e quatro retroescavadeiras reforçam a busca.

fonte:www.globo.com/g1

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sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Deslizamentos de terra matam mais de 20 pessoas em Angra.



O trabalho de resgate do Corpo de Bombeiros é muito difícil. Eles tentam encontrar, no meio de toneladas de terra, vítimas dos deslizamentos que soterraram uma pousada na Ilha Grande.

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