quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Relato de Escalada em Itatiaia.


Parque Nacional do Itatiaia, 13/09/09 – Prateleiras 2.539,5m

Antes de começar esse relato, quero fazer dois agradecimentos a dois sujeitos...rs.... sem os quais não seria possível ser do jeito que foi!!!

Agradeço ao Kelvyn pela parceria nas escaladas e no apoio psicológico, me incentivando e me mostrando que era possível ir...

Menciono também o fato de que foi uma das primeiras vias que ele fez em artificial e chaminé, só havia feito de participante um artificial no dia anterior, onde escalamos uma via no Altar.

Agradeço em especial ao Cacá!!!

Sujeito que me ensino a escalar e a fazer muitas outras coisas...

Isso é um pequeno fruto de seu amor, trabalho e dedicação as montanhas. As assinaturas ficaram no livro, acredito que você e outros integrantes do CEMAR, possam ir lá e assinar o livro nessa mesma página.

Agradecido irmãos...

Agora sim...rs...

Chegamos na portaria do Parque por volta das nove da manha. Não demoramos muito fazendo o cadastro e termos de autorização para entrar no parque. E logo começamos a trilha em direção as Prateleiras, local onde decidimos ir escalar.

Depois de caminhar um pouco, chegamos ao pico, demos uma descansada e logo saímos para procurar a via, andando pelas pedras, apreciando a beleza do local e o bom tempo com poucas nuvens que nos proporcionava uma das mais belas paisagens que já vi na vida...rs.... Particularmente fiquei meio besta com o lugar...rs...

Uns minutos andando e logo achamos a via. Eu já havia guiado uma chaminé, mas foi coisa bem fácil pequena e diferente do que estava por vir... Um pouco “drenado” como já dizia o broaaader(parceiro de escalada de minasssss).... Começamos a trocar idéia e decidir se íamos escalar mesmo. No meio da conversa o Kelvyn sugeriu entrar no artificial e lá agente via qual era a da chaminé... Nos equipamos e conferimos um o equipo do outro. Tudo certo, seg armada e o “Bardido” começou a guiar.

Vencido o trecho em artificial ele avistou um grampo acima de umas pedras entaladas na chaminé e disse que ia ate lá. Entro numa fenda de meio corpo onde era o inicio da chaminé... e logo chego ao grampo e descobriu que era uma parada dupla, montou a parada e disse que tava tranqüilo...

Içamos a mochila e logo depois ele armo a seg e eu comecei a subir, passei pelo artificial tranqüilo, com um estribo e um outro improvisado com fitas... Mas quando sai do artificial para entrar na fenda de meio corpo que virava uma chaminé de suplício, me senti um pouco espremido...rs... comecei a escalar a chaminé, mas não tinha muita noção do que era aquilo...rs... fui subindo e o kelvyn recolhendo, não foi um lance muito grande, mas foi o suficiente p/ me deixar meio “drenado”. Fiquei meio enrolado na saída que era um buraco entre duas pedras travadas pelo estreitamento da chaminé, acho que devia ter uns 80 centímetros ou menos aquela passagem. Uma pedra fica mais acima, a outra mais abaixo e eu tinha que passar no meio delas...rs... Enfim tentei a primeira vez, mas tava batendo com o capacete na pedra de cima e não estava conseguindo passar entre as pedras, bati umas duas ou três vezes e logo cansei, e escorreguei...rs... e o kelvyn me travo, descansei um pouco e logo comecei a subir, escorreguei mais uma vez, antes de chegar na passagem...rs.... estava meio sem jeito...rs... descansei um pouco mais, respirei um pouco, me acalmando enquanto o Kelvyn me explicava como havia feito para passar dali. Um pouco mais calmo comecei a escalar outra vez, subi o máximo que consegui e fui virando o corpo aos poucos e entrando devagar na passagem, ainda dei uma batida com o capacete, mas fui me arrastando em cima da pedra. Passado um pedaço já tava conseguindo me puxar para fora, o Kelvyn havia deixado um estribo preso a um grampo da parada e foi nele que segurei ate passar de vez entre as pedras...

Passado o sufoco vimos que a chaminé era um pouco mais tranqüilo que o lance anterior. Consciente, confiante e seguro do que estava fazendo o Kelvyn falo que guiava o restante da via e decidimos tocar pra cima...rs... Mas ainda ficava a dúvida, será que lá pra cima vai ter outro trecho parecido com aquele abaixo...rs...??? Armei a seg e o Kelvyn toco pra cima, lembrando que não adianta muita coisa a seg dentro de uma chaminé...rs... E não é que o Bardido guio o lance de boa e confiante...


No setor acima ele acho mais uma parada, se ancorou e içamos a mochila novamente, e logo em seguida ele armo a seg... E la vai eu...rs... um pouco mais tranqüilo, mas meio sem jeito e meio drenado ainda. Comecei a escalar , ameacei escorregar algumas vezes mas fico nisso, consegui passar o lance e chegar na parada onde o Kelvyn estava. Ali já estava mais tranqüilo e vendo os próximos lances que pareciam ser tranqüilos também. Tudo pronto, seg armada e o Kelvyn começou a guiar tranqüilo. Passado o lance ele achou outra parada, de la me avisa que estava vendo o céu e achava que era o ultimo lance da via... se ancorou e içamos a mochila, em seguida ele arma a seg e eu começo a escalar, já mais tranqüilo com a notícia de que era o ultimo lance. Dei mais uma escorregada mas já estava acertando o posicionamento.



Na parada armei a seg e o “Bardido” toco pra cima. Mais confiante e mais tranqüilo logo ele chegou ao cume. Içamos a mochila e comecei a escalar o ultimo lance da chaminé, esse lance foi o mais fácil acertei o posicionamento e passei tranqüilo e confortável digamos assim...rs...









Chegando no cume das Prateleiras, cumprimentei o “Bardido” e fomos assinar o livro de cume, enquanto o Kelvyn assinava o livro, aproveitei para tirar algumas fotos e apreciar o visual, recompensa gratificante pelo esforço feito para chegar ali. Não sei descrever a sensação de estar lá em cima, só vocês indo lá pra saber como é...rs...



Assinei o livro e logo em seguida começamos a procurar o caminho para a descida, pois já não tínhamos muito tempo para ficar lá em cima.

Com cuidado e atenção começamos a andar lá por cima das pedras, achamos vários grampos e chapeletas de várias vias, mas não estávamos achando o caminho mais fácil de volta. Encontramos uma via de escalada com proteções boas e os grampos pareciam confiáveis, decidimos descer no rapel por ela, na base dela já era o caminho de volta que contornava as pedras, guardamos os equipos e dali em diante foi tudo tranqüilo ate a volta...

Esse relato foi um pouco do que se passo nesse dia, se foi bom ou ruim não sei dizer, procuro não julgar os fatos. Mas uma coisa posso afirmar:

Valeu a trip Bardido...rs...

2 comentários:

Unknown disse...

IRADISSIMO!
MUITO MANEIRO MESMO!

O CEMAR disse...

parabéns Kelvyn e Diego...
boas escaladas e "VAMO CAI PA DENTO!!"